quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Noticia

Estigma das doenças difícil de ultrapassar
Congresso de Saúde Mental
O preconceito é, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o maior obstáculo ao tratamento e reabilitação das pessoas com doença mental.
Segundo a Organização Mundial de Saúde “a estigmatização e a discriminação ainda estão entre os maiores obstáculos à intervenção nas doenças mentais. Em todo o mundo as pessoas não procuram, obtêm ou mantêm tratamento devido ao medo, recursos deficientes ou falta de informação”. Na abertura do V Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM) o estigma associado às doenças mentais foi o tema em destaque.
O estudo “Estigma nos familiares de pessoas com doença mental grave”, do Grupo de Investigação em Reabilitação Psiquiátrica do Serviço de Psiquiatria do Hospital de São João, divulgado hoje no Congresso revela que, no seio familiar, o doente com esquizofrenia não é responsabilizado pela doença. Na sua maioria, os familiares valorizam a toma da medicação e a assiduidade do tratamento, mostrando preocupação e disponibilidade em apoiar o familiar doente.
Já no que diz respeito às relações sociais, os 40 familiares participantes no estudo, mostram-se apreensivos, receando alguns riscos. O sentimento de pena face ao ente com diagnóstico de esquizofrenia está muito presente.
Filipa Palha, presidente da Associação Encontrar+Se, salienta que “não se pode continuar a separar as doenças da mente das do corpo. Da mesma forma que não se controla uma febre, o mesmo se aplica a um transtorno mental. Se não for tratado, devido a medos ou preconceitos, poderá ter consequências fatais”.
Para a coordenadora do estudo e terapeuta ocupacional, Sara Sousa, “o estigma contribui para a não adesão ao tratamento e diminui o potencial de recuperação do doente, podendo levar à recaída, com um forte impacto negativo na relação dos doentes consigo próprios, com a sua família e comunidade”.

Sentido das Letras / Copyright 2008 - 11/26/2009 4:37 PM

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